Na primeira metade da década de setenta do século passado os filmes de Kung Fu tinham uma certa visibilidade em Portugal e Pedro Bandeira Freire (proprietário do cinema Quarteto) decidiu com Raul Solnado legendar este filme, não segundo a tradução, mas sim através do humor saído da imaginação deles, usando a lingua portuguesa como catalizador, criando um argumento nas legendas que passavam no écran um humor único que arrancava fortes gargalhadas na plateia da sala, tanto pelos diálogos como pelo nome das personagens, pelo menos na sessão em que estive presente.
Quanto ao filme de Hung-Chang Wang era na verdade igual a tantos outros que na época surgiam nos cartazes das salas de cinema, quanto aoargumentista desta película Hsin-Yi Chang nunca deve ter tido conhecimento desta "operaçao" cinematográfica em terras lusitanas.
Rui Luís Lima
Esta película dedicada ao herói da banda desenhada Buck Rogers criado por Dick Calkins e Phil Nolan, surgiu no grande écran em 1939, numa versão de quase quatro horas que fez vibrar os fans de ficção-científica e em 1977 a película da dupla Ford Beebe e Saul A. Goodking foi distribuída novamente nas salas de cinema numa cópia remontada com a duração de 90 minutos.
Na realidade perdia-se muito mas vê-la foi bem interessante e curiosamente em Portugal o filme foi baptizado, nesse ano de 1979 em que foi exibida numa das salas do cinema Quarteto como "A Guerra do Ano 2000", felizmente que o cartaz do filme fazia referência ao nome do herói: Buck Rogers!
Estamos perante uma versão musical/ballet do famoso filme de Jin Xie realizado em 1961 com o mesmo título e que foi exibido na Cinemateca Portuguesa no Ciclo de Cinema Chinês em 27 de Outubro de 1987, Já o "remake" em formato de ballet desta obra cinematográfica teve exibição comercial em Portugal no ano de 1975 no cinema Universal, com lotações esgotadas. Na sessão em que estive venderam bilhetes a mais e havia espectadores em pé, sentados no chão e até foram buscar o sofá que havia no foyer para se sentarem nele na sala de cinema.
Assim era a cinéfilia de outros tempos!
