quinta-feira, 7 de setembro de 2023

Henri Charrière - "Papillon"



Henri Charrière
"Papillon"
Páginas: 570
Livraria Bertrand

Embora seja uma imagem tirada da net, podia perfeitamente ser o meu livro Papillon que de tão lido se está a desfazer, coitado! De tal forma que o meu Cavaleiro Andante já me ofereceu um novinho em folha. É aquele livro que nunca decepciona e ao qual volto uma e outra vez, com prazer.

Paula Nunes Lima

Luís de Camões - "Obras Completas"


Luís de Camões
"Obras Completas"
Volume 1 - Redondilhas e Sonetos
Páginas: 358
Volume 2 - Géneros Líricos Maiores
Páginas: 320
Volume 3 - Autos e Cartas
Páginas: 368
Prefácio e Notas de Hernâni Cidade
Ano: 1971
Livraria Sá da Costa

Ainda não me tinham obrigado a ler "Os Lusíadas" no liceu, mas como gostava imenso do filme "Camões" do Leitão de Barros, que passava regularmente na televisão, decidi numas férias de Verão ir à Livraria Sá da Costa e comprar estes três volumes, vendidos por um senhor que a minha avó conhecia do café e era muito simpático e que me recomendou a abrir as páginas do livro com cuidado com uma faca bem afiada ou se possível com o famoso corta papel e assim fiz.

Recordo-me que dei 20$00 (equivalente a 10 cêntimos) e ainda recebi umas moedas que gastei logo em banda desenhada na Bertrand, foi só atravessar a rua.

Mas ao preparar este post descobri que um Alfarrabista pedia pela obra 30 euros :-)

Rui Luís Lima

William S. Burroughs - "Cidades da Noite Vermelha" / "Cities of The Red Night"


William S. Burroughs
"Cidades da Noite Vermelha" / "Cities of The Red Night"
Páginas: 320
Difel
Ano: 1984

Antes de ler o famoso "The Naked Lunch" e de descobrir a versão cinematográfica de David Cronenberg, li este "Cidades da Noite Vermelha" de William S. Burroughs, mas um dia o Bill decidiu imitar o Guilherme Tell e saiu-se mal com a coisa.

A Bertrand em 2014 reeditou este livro, que recomendo a um(a) leitor(a) mais audaz.

Rui Luís Lima

Charlotte Brontë - "Jane Eyre"


Charlotte Brontë - (1816-1855)
"Jane Eyre"
Ano: 1847 - (1ª edição)

Esta imagem foi escolhida porque a capa da minha "Jane Eyre" era vermelha, mas Paixão não constava do título. Devia ter para aí uns 13 anos quando li e nunca mais deixei de reler de vez em quando... e ver as séries e filmes. É uma das minha autoras favoritas :)

Paula Nunes Lima

Ernest Hemingway - "O Velho e o Mar" / "The Old Man and The Sea"


Ernest Hemingway
"O Velho e o Mar" / "The Old Man and The Sea"
Prefácio/Tradução: Jorge de Sena
Ilustrações: Bernardo Marques
Páginas: 133
Livros do Brasil
1974

Foi com esta edição dos Livros do Brasil que descobri a escrita de Ernest Hemingway no liceu em 1975, quando decidi fazer um trabalho de análise sobre este livro para a disciplina de Português e desde então tornei-me um leitor de Hemingway.

Spencer Tracy
(1900 - 1967)

Lido e relido este livro de Hemingway, o seu protagonista, esse velho pescador passou a ter o rosto de Spencer Tracy, após ter visto o fabuloso filme realizado por John Sturges em 1958.

Rui Luís Lima

Jean-Paul et Raphaël Enthoven - "Dictionnaire Amoureux de Marcel Proust"


Jean-Paul et Raphaël Enthoven
"Dictionnaire Amoureux de Marcel Proust"
Páginas: 730
Plon / Grasset

Quem tem passado pelos meus blogues ao longo dos anos, já percebeu que Marcel Proust é um dos meus escritores de cabeceira e a primeira vez que ouvi alguém falar sobre o célebre escritor francês foi precisamente num programa de televisão, que era emitido na RTP no início da década de setenta (século xx) intitulado "O livro à procura do leitor" da autoria de Manuel Poppe, e desde então que Proust se tornou uma das leituras aqui de casa, a par desse outro extraordinário escritor chamado Lawrence Durrell.

E, ao longo dos anos, não só tenho (re)lido Proust, como gosto de descobrir livros sobre o escritor, sendo sempre de referir esse nome incontornável que é Jean-Yves Tadié, que nos ofereceu uma maravilhosa e profunda biografia do escritor, para além dos diversos ensaios que tem publicado ao longo dos anos, tal como Philippe Sollers (outro escritor muito querido aqui do autor do blogue), assim como essa figura extraordinária chamada Philip Kolb, que reuniu a totalidade da correspondência do escritor e nunca nos poderemos esquecer dessa senhora chamada Celeste Albaret (a dedicada criada de Marcel Proust), cujo livro de memórias, verdadeiramente fascinante, já aqui falámos.

Jean-Paul Enthoven / Raphaël Enthoven

Mas, se foi na televisão que escutámos pela primeira vez o nome de Marcel Proust, mais de quarenta anos depois descobrimos, nessa caixa que mudou o mundo, no canal Arte, um dos programas mais fascinantes que tenho acompanhado ao longo da minha vida, intitulado “”Philosophie”, da responsabilidade do cativante Raphael Enthoven que fazendo-se sempre acompanhar de um convidado, conversa com ele sobre um tema, de forma bem descontraída, numa emissão que é registada sem qualquer corte e apenas num plano sequência. Acontece inclusive, por vezes, os dois intervenientes saírem da casa onde se encontram e virem para a rua conversar sobre o tema, enquanto caminham pelas ruas de Paris, aliás no programa dedicado a Jean-Paul Sartre, terminaram a emissão num café de forma bem brilhante. Nesta sempre maravilhosa emissão televisiva, Marcel Proust é uma presença regular e numa ida a Bruxelas com a Paula recebi como oferta o magnífico “Dictionnaire amoureux de Marcel Proust”, escrito a duas mãos por Jean-Paul Enthoven e Raphael Enthoven (pai e filho), que navegam ao longo das 730 páginas do livro da forma mais brilhante sobre o universo de Marcel Proust e, curiosamente, quando os autores não estão de acordo no tema abordado neste maravilhoso dicionário, somos contemplados com duas entradas, para assim tirarmos as nossas conclusões sobre estes dois leitores de Marcel Proust.


Será sempre de referir que este “Dictionnaire amoureux de Marcel Proust” editado pela Plon / Grasset esta incluído na sua famosa colecção de “Dictionnaire amoureux” (sendo o dedicado a Veneza da autoria de Philippe Sollers), e deve ser lido, da primeira vez, como um romance e só depois como um dicionário, onde até Jean-Paul Enthoven e Raphael Enthoven nos oferecem um questionário inspirado no famoso “Questionnaire de Marcel Proust”, em que o leitor pode testar os seus conhecimentos sobre a obra e a vida do escritor.

Vale a pena descobrir este fascinante “Dictionnaire amoureux de Marcel Proust”, escrito a duas mãos de forma tão perfeita por esta dupla familiar constituída por Jean-Paul Enthoven e Raphael Enthoven, que, com este ensaio inesquecível, conquistaram o “Prix Femina”.

Rui Luís Lima

Eberhard Weber - “Yellow Fields”


Eberhard Weber
“Yellow Fields”
ECM Records
1976

Eberhard Weber – Bass.
Charlie Mariano – Soprano Saxophone, Shenai, Nagaswaram.
Rainer Bruninghaus – Keyboards.
Jon Christensen – Drums.

1 – Touch – 4:59
2 – Sand-Glass . 15:31
3 – Yellow Fields – 10:04
4 – Left Lane – 13:37

Eberhard Weber / Colours

Eberhard Weber e o seu quarteto “Colours” prosseguiam nesse ano de 1975 a sua aventura musical com a edição deste magnífico “Yellow Fields”, sendo de referir a saída do ex-membro dos Soft Machine, John Marshall, da banda, entrando para o seu lugar o baterista Jon Christensen. Por outro lado, será sempre de recordar em “Yellow Fields” a magia que os instrumentos shenai e o nagaswaran introduzem nos temas em que surgem tocados por Charlie Mariano, oferecendo-nos paisagens sonoras de uma enorme beleza.

Gravado em Setembro de 1975 no Tonstudio Bauer, Ludwigsburg, por Martin Wieland. Capa do álbum de Maja Weber. Layout de Dieter Bonhorst. Fotografia de Gabi Winter. Produção de Manfred Eicher. Todos os temas são da autoria de Eberhard Weber.

Rui Luís Lima

Paulo Crawford - "O Universo - Do Big Bang aos Buracos Negros"


Paulo Crawford
"O Universo - Do Big Bang aos Buracos Negros"
Colecção: Ensaios da Fundação
Páginas: 120
Fundação Francisco Manuel dos Santos
Ano: 2022

Paulo Crawford oferece-nos uma viagem bem interessante pelo Universo que habitamos revelando a insustentável leveza do Planeta.

Uma sugestão de leitura.

Rui Luís Lima

Eberhard Weber - “Silent Feet”


Eberhard Weber
“Silent Feet”
ECM Records
1978

Eberhard Weber – bass.
Charlie Mariano – soprano saxophone, flutes.
Rainer Bruninghaus – piano, synthesizer.
John Marshall – drums.

1 – Seriously Deep – 17:48
2 – Silent Feet – 12:11
3 – Eyes That Can See In The Dark – 12:20

O quarteto “Colours”, liderado pelo contrabaixista Eberhard Weber, revelou-se pelo colorido das suas composições, respirando vivacidade por todas as notas e praticando uma musicalidade até então desconhecida nos anais do jazz, sendo inúmeros os registos do grupo ao vivo, que nos provam bem esse ambiente que era oferecido aos espectadores dos seus concertos.


Por outro lado, será sempre de referir que no primeiro álbum do grupo o baterista foi John Marshall, oriundo do célebre grupo de rock progressivo “Soft Machine”, passando mais tarde a bateria para Jon Christensen e se Eberhard Weber, compositor de todos os temas que escutamos, possui essa arte e som únicos, já os fraseados do piano e sintetizadores de Rainer Bruninghaus, sempre lhe fizeram uma óptima companhia, mas será a presença de Charlie Mariano, que irá marca decididamente o som desta inesquecível banda de jazz.

Todas as composições são da autoria de Eberhard Weber. A edição em vinil, quando foi lançada no mercado, oferecia um encarte de 4 páginas intitulado “Some More Colours”, com cinco trabalhos de Maja Weber, esposa de Eberhard Weber, feitos em guache e lápis.

Gravado em Novembro de 1977 no Tonstudio Bauer, Ludwigsburg, por Martin Wieland. Lacquer Cut de Henry Riedel (Tonstudio Bauer). Capa e pinturas de Maja Weber. Layout Dieter Bonhorst. Fotografia de Roberto Masotti. Produção de Manfred Eicher.

Rui Luís Lima

Edmund Collier - "Kit Carson"


Edmund Collier
"Kit Carson"
Páginas: 192
Colecção: Pioneiros Americanos
Livraria Civilização
Ano: 1958

A primeira vez que li este livro andava no Ciclo Preparatório e foi requisitado por mim na Biblioteca da escola e durante uma viagem pelos Estados Unidos, voltei a encontrá-lo à venda em Yosemith, num estabelecimento que recriava as lojas do velho Oeste, meio-século depois voltei a cruzar-me com ele numa troca de livros, num desses quiosques camarários, em que se deixam livros e se recolhem livros para leitura e assim voltei ao convívio de Kit Carson e do escritor Edmund Collier.

Rui Luís Lima

Pat Metheny - "What's All About"


Pat Metheny
"What's All About"
Nonesuch
2011

Pat Metheny - baritone guitar

Pat Metheny surge a solo interpretando temas bem conhecidos da música popular. Paul Simon, Carly Simon, António Carlos Jobim, The Beatles e Burt Bacharach são alguns dos nomes que surgem neste belo cd que nos oferece 10 temas bem conhecidos de todos.

Rui Luís Lima

quarta-feira, 6 de setembro de 2023

Charles W. Runyon - "Em Tempos Havia os Bois..."


Charles W. Runyon
"Em Tempos Havia os Bois..."
Magazine do Fantástico e Ficção Cientifica nº.3
(The Magazine of Fantasy and Science Fiction)
Matriz / Editorial Império

A ficção-científica, como obra literária, muitas vezes é considerada menor, mas quando lemos um livro de Jules Verne esquecemo-nos que ele foi um explorador deste género literário, a que se seguiram nomes como H. G. Wells, Isaac Asimov, Arthur C. Clarke, Robert A. Heinlein, Ray Bradbury artífices incontornáveis neste universo em que a imaginação dos seus autores lhes permite abordar os mais diversos temas fugindo a essa entidade da mente conhecida como auto-censura, para depois ludibriarem com arte e engenho os policias do pensamento.

Charles West Runyon (1928 - 2015) iniciou-se na ficção-cientifica com "First Man in a Satellite" em 1958, mas antes já assinara diversos contos policiais e seria no famoso "The Magazine of Fantasy and Science Fiction", que irá encontrar o sucesso, sendo "Em Tempos Havia os Bois..." um desses contos a ter edição no número três do "Magazine do Fantástico e Ficção Cientifica", que se revelou ser uma das mais belas aventuras editoriais no nosso país, na divulgação do conto de ficção científica.

Rui Luís Lima


« - Em tempos havia um animal na Velha Terra, chamado boi. Os homens tomavam conta deles, alimentavam-nos, construíam-lhes abrigos. Tomavam-nos como mascotes e davam-lhes nomes. Curavam as suas doenças e destruíam os seus inimigos. Quando os bois engordavam, eram mortos e comidos. E as pessoas não viam nada de estranho nisso».

Charles W. Runyon
in "Em Tempos Havia os Bois..."

Annette Peacock - "The Perfect Release"


Annette Peacock
"The Perfect Release"
Aura
1979

No seguimento do enorme sucesso que foi o álbum "X-Dreams", Annette Peacock lança no mercado discográfico este maravilhoso "The Perfect Release".

Annette Peacock - "The Collection"


Annette Peacock
"The Collection"
Aura Records
1982

Uma bela colectânea que reúne os temas "curtos" dos dois álbuns publicados na etiqueta Aura Records e que transformam "The Collection" numa obra-prima musical de Annette Peacock!

Rui Luís Lima

Marcel Proust - "Correspondance avec madame Straus"


Marcel Proust
"Correspondance avec madame Straus"
Páginas:320
Le livre de poche

A primeira vez que entrei na Livraria Gibert Joseph, do boulevard Saint Michel em Paris, e me dirigi ao piso dedicado à literatura, fiquei fascinado pelo espaço, o cheiro a livros era inebriante, e pelo facto de ter na minha frente uma série de volumes da correspondência de Marcel Proust na edição do Philip Kolb, esse americano que se apaixonou por Paris, onde conheceu a sobrinha de Proust, que lhe irá permitir que ele, num trabalho que durou quase meio-século, reunisse a totalidade da correspondência do escritor francês e a editasse e assim ali tinha eu vários desses volumes, vendidos por alguém que certamente necessitava de dinheiro, a preços proibitivos para a minha bolsa. Terminei por trazer um "bouquin" da Flammarion com uma antologia da correspondência do escritor, correspondência essa que se iniciava com uma carta escrita em criança, dirigida à mãe.

Marcel Proust
(1871 - 1922)

No meu aniversário, mão amiga ofereceu-me este volume da correspondência de Marcel Proust com a madame Straus, que viria a servir de modelo para a criação da célebre Duquesa de Guermantes, personagem de "Em Busca do Tempo Perdido". E este belo volume surgido em 1974 na edição do "Le Livre de Poche", nesta época o Gallimard ainda não se tinha zangado com o amigo, só depois nasceria a Folio, oferece-nos um prefácio de Suzy Mante-Proust, que nos introduz de forma simples e aliciante nas personagens que iremos encontrar neste livro, que está dividido em várias partes:

1 - Lettres a madame Émile Straus (o grosso do volume: 124 cartas)

2 - Lettres a monsieur Émile Straus (9 cartas)

3 - Dédicaces a monsieur et madame Straus

4 - Lettres de madame Émile Straus a Marcel Proust (que surge em apêndice)

Geneviève Halévy / Madame Straus
(1849 - 1926)

A leitura da correspondência ou os diários de um escritor permitem sempre conhecermos melhor a sua obra, mas também de entrarmos discretamente na sua intimidade e ainda me recordo do "escândalo", no bom sentido da palavra, (todo o cuidado é pouco ao escrevermos), quando surgiu a "Conta-Corrente" do escritor Vergílio Ferreira, mas regressemos a Proust, porque mais uma vez penetramos nessas vielas estreitas entre a ficção e a realidade que constituem o incontornável "Em Busca do Tempo Perdido".

Iremos assim viajar na primeira pessoa nos problemas da edição da obra de Marcel Proust; a doença que o fustigava lentamente; a bela Celeste sempre pronta a ajudar; o imbróglio com o Alfred Agostinelli e a sua morte, recorde-se que o secretário do escritor serviu de modelo para a Albertina; as finanças de Marcel que ele sempre geriu mal, seguindo conselhos errados e fazendo investimentos ruinosos, jogar na bolsa era sempre um desastre garantido; as eternas correcções dos manuscritos; os jantares e os saraus sempre nesse esplendor que um dia nos ofereceu o cineasta alemão Volker Schlöndorff no seu filme, com a Ornella Mutti e o Jeremy Irons: iremos ainda saber que ele nunca guardava uma cópia dos textos que enviava para o jornal Figaro.

Marcel Proust com a família

A leitura desta "Correspondance avec madame Straus" conduz-nos não só ao interior das páginas do "Em Busca do Tempo Perdido", como também nos reenvia para a leitura da famosa biografia que Jean-Yves Tadié lhe dedicou, recomendo vivamente a sua leitura: dois volumes contendo mais de 2000 páginas. E chegados aqui convém escrever que a madame Straus, que trata o escritor por "mon petit cher Marcel" se chama Geneviève Halévy e foi casada primeiro com o célebre compositor George Bizet e mais tarde com o advogado Émile Straus, que sempre deu bons conselhos ao escritor, especialmente durante a morte acidental do seu secretário Agostinelli, que era casado e a viúva gostava bastante desse metal que faz rodar o mundo.

"Correspondance avec madame Straus" de Marcel Proust é um livro que recomendo a todos os leitores de Marcel Proust, sei que ainda há por aí alguns e tenho de confessar que este livro foi uma bela prenda de aniversário.

Rui Luís Lima

Annette Peacock - "I Have No Feelings"


Annette Peacock
"I Have No Feelings"
Ironic Records
1986

Foi na segunda metade da década de setenta, do século passado, com as gravações na etiqueta Aura que Annette Peacock teve o mais que merecido reconhecimento público e na década seguinte criou a sua própria etiqueta, que decidiu baptizar de "Ironic Records", criando um conjunto de álbuns verdadeiramente inovadores e repletos de poesia, no verdadeiro sentido do termo.


Esta bela capa de "I Have No Feelings" é da autoria ta artista Alfreda Benge, casada com o conhecido Robert Wyatt com quem tem colaborado na feitura das capas dos seus álbuns. Oiçam o disco que vale mesmo a pena!

Rui Luís Lima

Keith Jarrett - “Staircase”


Keith Jarrett
“Staircase”
ECM Records
1977

Keith Jarrett – Piano

1 – Staircase – Part 1 – 6:52
2 – Staircase – Part 2 – 7:53
3 – Staircase – Part 3 – 1:18
4 – Hourglass – Part 1 – 4:39
5 – Hourglass – Part 2 – 13:51
6 – Sundial – Part 1 – 8:55
7 – Sundial – Part 2 – 4:52
8 – Sundial – Part 3 – 6:20
9 – Sand – Part 1 – 6:50
10 – Sand – Part 2 – 8:46
11 – Sand . Part 3 – 3:21

A história de como nasceu este duplo álbum de piano solo de Keith Jarrett é bem curiosa, porque tudo partiu de um convite do produtor Manfred Eicher ao pianista norte-americano para gravarem um disco e quando Jarrett chegou ao Estúdio, o alemão disse-lhe que o Estúdio era dele, podia gravar o que desejasse e assim iria surgir o duplo álbum “Staircase”, que surge um pouco como se tratasse de quatro sonatas do pianista a navegarem pelas habituais paisagens criadas por Keith Jarrett, mas no meio da serenidade que se respira em cada faixa, há um tema que se destaca pela sua beleza transcendental: “Hourglass” - Part 2.

Keith Jarrett

Tentem escutar este belíssimo tema de Keith Jarrett e certamente irão descobrir que estamos perante uma das mais belas peças para piano criadas nesse distante século XX. Gravado em Maio de 1976 no Davout Studio, Paris, por Roger Roche. Masterizado por Robert C. Ludwig. Fotografias de Franco Fontana. Design de Barbara Wojirsch. Produção de Manfred Eicher. Todas as composições são da autoria de Keith Jarrett.

Rui Luís Lima

Julia Kristeva - "Les Samourais"


Julia Kristeva
"Les Samourais"
Páginas: 480
Folio / Gallimard

Este magnifico livro de Julia Kristeva, retrato de uma geração, foi editado em Portugal em 1991 pela Difusão Cultural com tradução de Pedro Tamen.

Uma sugestão de leitura.

Keith Jarrett - “The Survivors’ Suite”


Keith Jarrett
“The Survivors’ Suite”
ECM Records
1977

Keith Jarrett – piano, soprano saxophone, bass recorder, celeste, osi drums.
Dewey Redman – tenor saxophone, percussion.
Charlie Haden – bass.
Paul Motian – drums, percussion.

1 – Beginning – 27:12
2 – Conclusion – 21:18

O célebre quarteto norte-americano de Keith Jarrett nasceu a partir do seu trio com Charlie Haden e Paul Motian, ao qual se irá juntar anos depois o saxofonista Dewey Redman. Ao longo dos anos em que estiveram juntos a tocar, gravaram inúmeros álbuns para diversas etiquetas (Atlantic, Impukse, ECM Records) e, ao escutarmos a sua música, descobrimos territórios musicais dos mais diversos e alguns bem extensos. E se por vezes num álbum fomos presenteados com um dueto ou trio ou mesmo solo, isolado do contexto do restante material incluído, encontrávamos sempre uma interligação no seu conjunto formando um todo.

Keith Jarrett
(1945)

No entanto, será sempre de referir que este célebre quarteto de jazz tinha por vezes a companhia do guitarrista Sam Brown ou dos percussionistas Guilherme Franco e Airto Moreira, para já não falar nesse álbum intitulado “Expectations”, em que um quarteto de cordas lhe fazia companhia em alguns dos temas. Revelando todos estes trabalhos uma cumplicidade e uma liberdade individual perfeita entre os quatro músicos, todos eles multi-instrumentistas, oferecendo-nos belas surpresas especialmente nos seus espectáculos ao vivo, em que a improvisação muitas vezes era de uma beleza inesquecível.

Dewey Redman
(1931 - 2006)

“The Survivors’ Suite” foi o derradeiro trabalho gravado em estúdio por este quarteto liderado por Keith Jarrett e oferece-nos, em simultâneo, não só o mais belo álbum do quarteto americano de Keith Jarrett, como se tornou uma obra incontornável nos meandros do jazz, tal é a densidade e diversidade da sua música, que iremos descobrir ao longo de apenas um tema com a duração de cerca de 50 minutos, onde todos os músicos tocam uma variedade enorme de instrumentos e nos conduzem a territórios inexplorados de uma beleza memorável.

Charlie Haden
(1937 - 2014)

Ao escrever este texto apercebi-me que, deste quarteto fabuloso, apenas Keith Jarrett permanece entre nós e se nunca pensamos nisso é porque ao escutarmos a sua bela música, percebemos que eles se encontram bem vivos, ao nosso lado, a oferecerem-nos o seu enorme talento musical!

Paul Motian
(1931 - 2011)

Gravado em Abril de 1976 no Tonstudio Bauer, Ludwigsburg, por Martin Wieland. Fotografia da capa do ábum de Keith Jarrett. Layout de Barbara Wojirsch. Produção de Manfred Eicher. “The Survivors’ Suite” foi composto por Keith Jarrett.

Rui Luís Lima

John Fowles - "A Amante do Tenente Francês" / "The French Lieutenant's Woman"


John Fowles
"A Amante do Tenente Francês" / "The French Lieutenant's Woman"
Páginas: 360
Editorial Presença

«O vento de leste é o mais desagradável na Baía de Lyme - sendo a Baía de Lyme aquela maior dentada na parte inferior da longa perna sudoeste da Inglaterra - , e uma pessoa curiosa poderia imediatamente ter tecido várias boas hipóteses acerca do par que começou a passear ao longo do cais em Lyme Regis, o pequeno mas antigo epónimo da dentada, numa cortantemente fria e ventosa manhã dos fins de Março de 1867».

John Fowles
in ""A Amante do Tenente Francês"

John Fowles
(1926 - 2005)

Foram alguns os que viram a excelente adaptação cinematográfica de "A Amante do Tenente Francês" saída das mãos de Harold Pinter, para a realização de Karel Reisz, mas serão certamente poucos os que leram o genial romance de John Fowles, que nos oferece um retrato de época fabuloso, e ainda tem tempo para conversar com o leitor sobre o livro, as personagens que criou e a época que retratou de forma inesquecível.

Meryl Streep & Jeremy Irons

"A Amante do Tenente Francês" / "The French Lieutenant's Woman" é um desses livros que depois de ser lido (um capítulo por dia para saborear de forma perfeita este livro, que derruba todas as fronteiras literárias), nunca mais se esquece e se torna um desses belos livros que nos acompanha para o resto da vida.

Aqui vos deixo esta sugestão de leitura.

Rui Luís Lima

Keith Jarrett - “My Song”


Keith Jarrett
“My Song”
ECM Records
1978

Keith Jarrett – piano, percussion.
Jan Garbarek – tenor saxophone, soprano saxophone.
Palle Danielsson – bass.
Jon Christensen – drums.

1 – Questar – 9:10
2 – My Song – 6:09
3 – Tabarka – 9:11
4 – Country – 5:00
5 – Mandala – 8:17
6 – The Journey Home – 10:33


Quando Keith Jarrett assinou contrato com a ECM Records e após a gravação de “Facing You” em piano solo, continuou a tocar e a gravar com o seu quarteto, composto por Charlie Haden, Dewey Redman e Paul Motian e durante uma das suas digressões pela Europa teve três espectadores muito especiais na plateia, chamados Jan Garbarek, Palle Danielsson e Jon Christensen, acompanhados de Manfred Eicher e após o concerto todos ficaram interessados em gravar um álbum e o pianista pensou inicialmente em utilizar material já escrito por ele anteriormente, mas decidiu conhecer primeiro os trabalhos discográficos em quarteto de Jan Garbarek, nos quais no piano surgia Bobo Stenson e rapidamente percebeu que teria que escrever novos temas bem diferentes dos utilizados nos seus álbuns, com aquele que terminou por ficar conhecido como o quarteto americano de Keith Jarrett.


Assim iria nascer uma colaboração bastante frutuosa entre o pianista norte-americano e os três músicos da escandinávia, terminando por nascer o álbum “Belonging” em Abril de 1974, que curiosamente foi gravado nos dias 24 e 25 desse mesmo ano. Quatro anos depois, os membros do então denominado quarteto “Belonging”, ou quarteto europeu de Keith Jarrett, entraram de novo em estúdio e gravaram este fabuloso álbum intitulado “My Song”, onde descobrimos a beleza a navegar pelo espaço, ao longo dos cerca de 50 minutos de duração, mas será sempre de destacar esse conjunto de pérolas constituído pelos temas “My Song” e “Country”. Tente escutar este “My Song” e vai ver que não dá o seu tempo por perdido.

Gravado a 31 de Outubro e 1 de Novembro de 1977 no Talent Studios, Oslo, por Jan Erik kongshaug. Fotografia da capa do álbum de Keith Jarrett, Fotografia de Roberto Masotti. Layout de Barbara Wojirsch. Produção de Manfred Eicher. Todos os temas foram compostos por Keith Jarrett.

Rui Luís Lima

Yes - "The Yes Album"


Yes
"The Yes Album"
Atlantic
1971

Jon Andersen - vocals, percussion
Chris Squire - bass, vocals.
Steve Howe - elecctric guitar, acustic guitar, vocals.
Tony Kaye - piano, organ, synthesizer.
Bill Brufords - drums, percussion.

Será com o registo discográfico "The Yes Album" que a famosa banda de "progresive rock" irá partir para o sucesso planetário sendo sempre de registar que quatro dos seis temas deste álbum irão constar sempre dos seus concertos.

Rui Luís Lima

Yes - "Close To The Edge"


Yes
"Close To The Edge"
Atlantic
1972

Jon Anderson - vocals
Steve Howe - guitar, vocals.
Rick Wakeman - keyboards.
Chris Squire - bass, vocals.
Bill Bruford - percussion.


Nesse ano de 1972 os Yes iriam ver o seu nome fixado para sempre por uma geração, que ficou fascinada com as célebres viagens deste rock progressivo, a que muitos até chegaram a denominar de rock sinfónico fruto não só do trabalho de Rick Wakeman, mas também da célebre estrutura de um tema preencher um lado do LP, como sucede com "Close to The Edge". Por outro lado nunca nos poderemos esquecer desse peta chamado Jon Anderson, o vocalista da banda, que nos ofereceu da melhor poesia de que há memória, para além de possuir uma voz única!

Rui Luís Lima

Philippe Sollers - “Les Folies Française”


Philippe Sollers
“Les Folies Française”
Folio nº.2201
Páginas: 128
Gallimard

«Un homme, un écrivain, retrouve sa fille, France, dix-huit ans après la naissance de celle-ci. Il ne l'a pas connue, elle a vécu avec sa mère américaine aux États-Unis, elle vient à Paris. Il doit maintenant lui enseigner le pays de son nom, son passé, ses merveilles cachées - et c'est comme s'il les redécouvrait lui-même à travers elle. Paris, Versailles, - mais aussi la littérature, la musique, la peinture. Il s'agit donc d'une initiation directe, simple, sensible, à travers des promenades rapides, des conversations improvisées. Qui est France, et que va-t-elle devenir une fois mariée, repartie ? Qu'est-ce que la France ? Pourquoi Couperin a-t-il composé cette pièce de clavecin qui s'appelle Les Folies Françaises ? Quelle est la signification du chef-d'œuvre tardif de Manet Un bar aux Folies-Bergère ? Quel est le sens de l'amour, de la perception, du temps ? Fantômes de Villon sur les bords de la Seine, de La Fontaine dans un parc. On fait entendre, on fait voir ce que plus personne, semble-t-il, ne peut plus, ou ne veut plus, ni entendre ni voir. Comme si l'intimité entre un père et une fille était désormais le lieu secret de la plus grande ouverture. Un film d'émotion parlée - sons, volumes, couleurs. Si la France m'était contée ? Oui, mais sans apparat, sans légende, comme une expérience intérieure, naturelle, cinéma pour dire le corps d'une vérité vécue. Passage de France ? Un rêve.»

Philippe Sollers.

Uma sugestão de leitura.

Thomas Mann - “Os Buddenbrook – Declínio de Uma Família”


Thomas Mann
“Os Buddenbrook – Declínio de Uma Família”
Páginas: 783
Livros RTP

Em 1970 a RTP lançou uma colecção de livros de bolso (100 títulos), com enorme sucesso, que marcaram um formato, tendo na época diversas editoras acabado por lançar também as suas colecções de livros de bolso, um formato do qual sou grande apreciador, mas que se encontra infelizmente um pouco esquecido no nosso país pelos editores.

Algumas décadas depois a RTP, em colaboração com a Leya, lançou uma nova colecção em formato “hard-cover”, com o intuito de promover o gosto da leitura, com a periocidade de um livro por mês, optando sempre por manter o mesmo preço, não estando este dependente do número de páginas do livro.

Após esta breve introdução, nada melhor do que irmos até este magnífico livro do escritor alemão Thomas Mann, intitulado “Os Buddenbrook – Declínio de uma Família”, que em pleno século XIX nos narra a história da família Buddenbrook, detentora de uma poderosa firma comercial, que ao longo dos anos irá conhecer diversas vicissitudes, tal como os membros da sua família, recorde-se que em tempos idos tivemos uma adaptação televisiva deste primeiro romance de Thomas Mann, que em 1901, irá trazer fama ao escritor do futuro “Doutor Fausto”!

Mal iniciamos a leitura de “Os Buddenbrook”, sentimos de imediato esse cheiro peculiar da Literatura na escrita deste escritor alemão, que nos vai descrevendo os ambientes onde se movimentam os seus personagens e se ficamos todos presos pela vida atribulada da filha do magnata, a célebre Tony, também somos mergulhados nas vidas dos outros membros da família, terminando o leitor por transportar para o interior deste fabuloso romance as suas próprias memórias dos seus laços familiares, sejam eles simples coincidências ou então esse sentimento que nos leva a dizer: “como eu conheço bem esta situação”: a simples ida ao dentista ou essas memórias dos nossos tempos de escola, em que tal como o pequeno Hanno, temíamos as aulas de certos professores.

Thomas Mann recebeu o Nobel da Literatura em 1929 e se, durante a Primeira Grande Guerra, olhou as posições nacionalistas com um certo patriotismo, já quando Hitler chegou ao poder em 1933, decidiu abandonar a Alemanha, sendo um defensor da liberdade e em 1936 o regime nacional-socialista retira-lhe a nacionalidade. Com o estalar da Segunda Grande Guerra, abandona a Suíça onde residia e exila-se na América, para terminar por deixar o Novo Mundo aquando da famosa caça às bruxas do tristemente célebre Senador Joseph McCarthy e regressa à Suíça onde irá permanecer o resto da vida.

Rui Luís Lima


“Os mesmos rapazes que, havia pouco, se tinham dedicado, lá fora, às travessuras mais ruidosas, a ponto de o senador se ver forçado a aparecer por instantes no umbral da porta para impor algum respeito, esses mesmos rapazes cantavam agora divinalmente. Aquelas vozes puras e cristalinas que se elevavam em júbilo e louvor, acompanhadas aqui e ali por algumas tonalidades mais baixas, tinham o condão de arrebatar o coração de qualquer um. O sorriso das velhas solteironas tornava-se mais doce, os que contavam uma idade mais avançada olhavam introspectivamente para as vidas vividas, enquanto aqueles que se encontravam a meio da existência esqueciam por momentos as dores e cuidados.”

Thomas Mann

Yes - "Going For The One"


Yes
"Going For The One"
Atlantic
1977

Jon Anderson - vocals, harp.
Steve Howe - guitars, vocals.
Rick Wakeman - organ, piano.
Chris Squire - bass guitar, vocals.
Alan White - drums, percussion.

O álbum "Going For The One" era composto por uma capa tripla e marcava o regresso do teclista Rick Wakeman à banda após uma carreira a solo de enorme sucesso, substituindo Patrick Moraz que partira para a banda The Moody Blues.. Os temas "Going For The One" e "Wonderous Stories" foram dois dos "hits" que marcaram este trabalho discográfico dos Yes, que abandonava os célebres temas longos que os celebrizaram, já fruto da época que se avizinhava!

Rui Luís Lima

Taiguara - "Imyra, Tayra, Ipy"


Taiguara
"Imyra, Tayra, Ipy"
Odeon
1976

"Imyra, Tayra, Ipy" foi considerado um dos melhores álbuns do ano em Portugal.

Um álbum incontornável no interior da música popular brasileira.

F. Scott Fitzgerald - "Três Horas Entre Dois Aviões" / "Three Hours between Planes"


F. Scott Fitzgerald
"Três Horas Entre Dois Aviões" / "Three Hours between Planes"
Editorial Presença

«Quando o avião aterrou ele saiu para uma noite de Verão do médio-oeste e dirigiu-se para o isolado aeroporto do «pueblo», como se convencionara chamar a velha «estação de caminho de ferro» vermelha. Não sabia se ela estava viva, nem se vivia naquela terra, nem qual era o seu nome actual. Com crescente excitação procurou na lista telefónica o nome do pai dela, que também podia ter morrido em qualquer altura, durante aqueles vinte anos.
Mas não. Juiz Harmon Holmes -Hillside 3194.
Quando perguntou por Miss Nancy Holmes respondeu-lhe uma voz divertida de mulher:
- A Nancy está casada com Mr. Walter Gilfford. Quem é que fala?
Mas Donald desligou sem responder.»

F. Scott Fitzgerald
"Três Horas Entre Dois Aviões"
in "A Década Perdida"

Bette Midler - "The Divine Miss M"


Bette Midler
"The Divine Miss M"
Atlantic
1972

O álbum de estreia de Bette Midler chegou ao meu conhecimento através de uma revista dirigida por Lauro António intitulada "Isto é Espectáculo" de formato A4 e que era dedicada ao cinema, mas que também abordava música, livros e arte.

Depois foi no inevitável programa de rádio "Dois Pontos", que escutei o álbum "The Divine Miss M" na íntegra. Eram os anos em que podíamos escutar e gravar álbuns na integra no rádio.

Mais tarde tivemos a película "The Rose" que vi no cinema Londres e como muitos percebi como aquela dama possuía talento para dar e vender!

Rui Luís Lima

Branquinho da Fonseca - "Rio Turvo"


Branquinho da Fonseca
"Rio Turvo"
Páginas: 150
Livros RTP / Biblioteca Básica Verbo nº. 26
Verbo

Uma sugestão de leitura.